Um brinde a despedida,
mas com gostinho de quero mais
Chile, Sábado, 30 de junho de 2012.
Nossa visita acadêmica chega ao fim. Após a
noite numa balada no Cassino Municipal de Viña Del Mar e com poucas horas de
sono fomos ao nosso último passeio, conhecer a Vinícola Indomita (ou
Casablanca) e não muito diferente dos outros lugares que visitamos era um lugar
de vista incrível, logicamente o objetivo não era observar e apreciar os 600
hectares do Vale, mas sim aprendermos sobre a produção do vinho, desde a sua
colheita até a degustação.
A vinícola tem cerca de 40 anos de
existência, é considerada relativamente nova em comparação as outras do Chile.
Ela foi criada com o objetivo de se diferenciar de outros produtores de vinhos
do país. O grande número de hectares demonstra como ela se diferencia de seus
“concorrentes”, pois para que haja a produção de vinho tinto são necessários
mais ou menos 400 hectares, e já para vinho branco o número chega em torno de
200. Casablanca possuiu uma ótima localização, a 80 km de Santiago e 40 km de
Valparaíso, sendo o principal porto de exportação do Chile. Mesmo sendo
considerada jovem, ela exporta a maior parte de sua produção de vinhos, e é uma
das poucas que se foca apenas na produção da bebida.
A visita começou pela observação do grande
número de hectares, logo fomos levados para o centro de produção, este muito
bem equipado, mostrando como é utilizada toda a tecnologia disponível. Vimos
que a fabricação é mais complexa e mais longa do que pensávamos. Para o vinho
ser produzido, ele segue alguns estágios: a vindima (também conhecida como a
colheita), o esmagamento, a fermentação, a filtragem e por fim o
envelhecimento.
Para se obter um vinho de qualidade, a uva
tem grande influência, por isso a preparação do solo, a irrigação e o controle
das pragas são essenciais. O tempo em que esta colheita ocorre também, se a
colheita for tardia o vinho poderá ser rico em álcool, mas será pobre em
acidez. Após a colheita, se dá inicio ao esmagamento. No passado este processo
era feito com os pés, mas atualmente foi substituído por um equipamento que faz
a mistura do suco, da casca e bagas. Na produção de vinhos tintos, esta mistura
vai direto aos tanques, já na produção do vinho branco, os sólidos e os
líquidos são separados. Dando continuidade, a próxima etapa é a fermentação,
sendo esta a mais importante e também a mais complexa. Controla-se a
temperatura, e a presença de determinados microrganismos para que seja feita a
fermentação. A temperatura é controlada para os microrganismos não morrerem
(precisa estar em torno de 25 a 30° C), e o
contato com o ar precisa ser evitado para que não ocorra a oxidação do vinho. É
neste processo que se transforma a glicose (açúcar) do vinho em álcool.
Logo após a fermentação, ocorre a filtragem,
quando o vinho é clarificado, e boa parte dos produtos perecíveis é extraído.
Por fim, o vinho é colocado em barris, etapa considerada o envelhecimento, num
determinado local com temperatura e umidade controladas. Para cada tipo de
vinho o envelhecimento é diferente, assim os barris podem ser reutilizados até
quatro vezes. Depois de aprendermos
sobre todos estes processos, tivemos a degustação. A melhor parte talvez, que
não se resume apenas a servir o vinho em taças e beber, mas descobrimos que na
verdade há um jeito certo para segura-lá e todo um processo para poder degustar
o vinho. Uma balançada na taça para exalar o álcool, outra para o sabor da
fruta e assim está pronto para a degustação.
Experimentamos três tipos de vinhos: o branco,
um vinho tinto mais suave e outro mais seco. E depois da degustação, aqueles
que se interessaram puderam adquirir o seu vinho numa loja localizada dentro da
própria vinícola. O passeio termina, junto com a viagem. Temos que nos despedir
de uma semana incrível, cheia de surpresas e aprendizados, o que resta é
agradecer a todos que nos proporcionaram esses momentos bons, voltar para o
Brasil cheio de histórias para contar e com alguns vinhos na mala.
Danny Sequia, Diogo Salvador e Eric Moraes
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