quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Rapel na Rocha Oceânica

    Nunca imaginei a carga de experiências que esta viagem traria, não só acadêmicas mas também pessoal. O convívio com pessoas que nunca se teve contato algum, ou até mesmo o convívio de 24h por dia com pessoas que você só tem o contato limitado da sala de aula.
 Passar esses dias em Viña Del Mar, Valparaíso, Forellones e Santiago, lugares lindos do Chile, realmente não teve preço.




















     A adrenalina que se tem quando se está preste a descer cerca de 10 metros é tanta, que só de lembrar já dá aquele friozinho na barriga... tá bom eu sei que tem gente que desce 10 metros de olhos fechados ou no caso do Mauricio Oyarzo de cabeça para baixo e sem as mãos.








Alguns no último momento não quiseram arriscar a descida.


Momento das instruções


Primeiro Grupo


Galera só assistindo

Descida \o/


Não liguem para a minha cara de alegre!

     Alguns optaram por somente apreciar a vista, que era realmente de tirar o fôlego:






Lucas Portolani e Marjorie Pinheiro


     Por experiencia própria digo para quem puder e tiver a oportunidade vá conhecer o Chile, não só os pontos turísticos, mas conheça as pessoas e a cultural loca, vale muito a pena.
     Não vejo a hora de poder colocar meus pezinhos novamente nessa terra tão linda e rica ;)

Caio, Marjorie, Lucas e eu




quinta-feira, 12 de julho de 2012

Simplesmente vocês...


De repente estou em outro país, convivendo com pessoas com as quais jamais havia conversado. Mais de 20 pessoas, com gostos e ideais diferentes. Tinha tudo para dar errado, mas deu muito certo. Cada um, com suas qualidades e defeitos, tornou o grupo único e especial. Sorri, bebi, comi, estudei, dormi e aprendi demais nos poucos dias que estivemos juntos.

Obviamente convivi e identifiquei-me mais com uns do que com outros, mas com certeza todos conquistaram um pedaço do meu coração e escreveram seu nome em uma das páginas do meu livro da vida.

Escrevi, em poucas palavras o que cada um dos alunos transmitiu para mim. Não é uma análise Freudiana, são apenas sentimentos e impressões adquiridos em alguns dias de convivência no Chile.


Andreza Uma amiga que há tempos está do meu lado. Tem um jeito doido, autêntico, descolado e, algumas vezes, Nerd. Uma mulher forte e decidida, por vezes estressada, mas que deixou transparecer seu lado romântico e, talvez, frágil. Companheira de aventuras, compartilhou comigo porres, risadas, histórias e lágrimas. Já a senhorita Ananda a primeira vista parecia uma boneca intocável, com traços finos e delicados, por vezes parecia frágil igual porcelana. Depois de alguns minutos de conversa, percebi que ela é tão doida quanto eu.

Eu, Ananda e Andreza

Géssica é a dona de grandes sorrisos espontâneos e de gargalhadas autênticas, além de um olhar marcante, destacado pela maquiagem caprichosamente feita. Vaidosa e amável. Tão doida quanto as outras meninas que estavam na viagem. Sempre do lado dela, a Natalia. Gestos meigos, voz delicada, quase uma Lady. Até mesmo quando acordava atrasada, desesperada por ter que correr contra o tempo, mantinha aquela postura doce e serena, as vezes até engraçada. Não pensem que isso a tornava antipática ou metida.

Natalia e Géssica

Bem ao lado do quarto Willy, ficava o quarto mais badalado de todos, o Flipper. Lá aconteciam as melhores bagunças e dormiam algumas das melhores pessoas que conheci nessa viagem. O Caio é extremamente carinhoso e engraçado. Dono de gestos delicados e de um sorriso perfeito e sincero. O tipo de amigo que todos deveriam e gostariam de ter. A Letícia tem os cabelos curtos, óculos, um ar intelectual. Sotaque engraçado, típico de paulistana. Estilosa, palhaça e inteligente. Uma 'periodista' viciada em internet e tecnologia. Era sempre uma das primeiras a atualizar as redes sociais com nossas novidades. Era acontecer e minutos depois o Mundo já sabia ;)

Em todo grupo há alguém que anda no caminho da luz. E o nosso representante ativo de Deus é o Marcelo (ou Ungido). Tal como um pássaro que foi solto da gaiola, ele curtia cada minuto intensamente, parecia querer absorver cada detalhe, cada cheiro, cada sabor. Curtia, mas não esquecia-se de seus princípios. Estudioso, correto, feliz. A Marjorie é uma das mais estilosas e responsáveis da turma. Ao mesmo tempo que participava das bagunças, mantinha clara preocupação com cada um de nós, demonstrando um carinho inexplicável. Autêntica, verdadeira e decidida.

E completando a turma, a Beyoncé Albina, Lucas! Único define. Autor dos melhores bordões, protagonista das melhores palhaçadas. Malvadinho, companheiro, verdadeiro, estiloso, inteligente. Abraços confortantes e envolventes. Sempre sorrindo, brincando e contagiando tudo e todos com sua alegria e espontaneidade.

Marcelo (Ungido), Lucas, Caio, Letícia e Marjorie

A Kelly é toda meiga, a mais quietinha (a meu ver). Acho que poucas vezes ouvi sua voz, mas ela sempre estava nas nossas bagunças e era passageira fixa da "Vancult". Sorriso lindo e discreto, olhos brilhantes, cabelos lisos e compridos, a tal famosa beleza oriental. Já a dona Gabriella, graças a um pisco e uma cerveja alemã, comecei a conversar com a dona dos cabelos cacheados cor de ouro. Decidida, aventureira, palhaça. Sonha, mas não tira os pés do chão.


Kelly e Gabriella

Rômulo é um rapaz encantador. Possui um sorriso espontâneo, transborda sinceridade. Dono de atitudes carinhosas, delicadas e engraçadas. Consegue ser um mix de pureza e malícia. Arrasou na balada eletrônica. A Nívea é responsável por um olhar misterioso e marcante. Responsável, inteligente, engraçada. No começo um pouco tímida, mas com o tempo demonstrou ser companheira e tão palhaça quanto os outros. Já a Tatiany foi sempre “tagarela”. Sorridente, engraçada e inteligente. Um ar de intelectual mixado com sensualidade e doçura. Por vezes foi nossa tradutora, gastando todo o espanhol para ajudar os amigos recém conhecidos a sobreviver no Chile.

Tatiany, Nívea e Rômulo

O Eric é uma caixinha de surpresas agradáveis. Demorei um pouco para começar a conversar com o garoto dono de um lindo sotaque “caipirês”, mas graças a um super escorregador, as afinidades começaram a aparecer. Extremamente carinhoso, atencioso e companheiro. Cavalheiro, palhaço, inteligente. Por falar em sotaque, o Diogo falava arrastado, puxando um "S" aqui, um "R" ali, típico de um carioca. No começo, um pouco tímido...Depois, engraçado e brincalhão. Transmite um ar de intelectual, de jornalista culto, conhecedor de tudo. A Danny e o Vitor eram o "Casal 20" da turma. Palmeirenses fanáticos, sempre estavam juntos. Meigos e apaixonados. 

Meiguice, doçura, palhaçadas, beleza e inteligência definem Daiana, Gabriela e Juliana. Sempre sorridentes e lindas. Charmosas também. Ainda estou tentando entender como alguém cai subindo a escada (desafio à gravidade) e como outro alguém ainda tem voz depois de gritar tanto assistindo a um jogo da Libertadores...hahahaha




Danny, Vitor, Juliana, Daiana, Gabriela, Eric e Diogo

Essa foi apenas uma forma simples, talvez até demais, de dizer o quanto vocês foram importantes para mim. Restringi o texto aos alunos, mas isso não significa que os nossos professores e todos que estiveram ao nosso lado (Romina, Jorge, Mauricio, Guillermo, entre outros) são menos importantes.

Obrigada pela companhia nessa viagem inesquecível! E que seja a primeira de muitas! Termino com uma frase dita pela linda Marjorie em nossa reunião de despedida: "Espero que vocês tenham aprendido comigo da mesma forma que eu aprendi com cada um de vocês".

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis" (Fernando Pessoa)

Com carinho,
Paula Wrobel

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Visita ao Centro Histórico e a baia de Valparaíso.


O Oceano Pacífico e a cidade de Valparaíso nos apresentam um pouco do Chile



Com todo conteúdo cultural e precioso que a compõe, a cidade de Valparaíso no Chile, foi nomeada em 2003, patrimônio histórico da humanidade pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), além disto ela é repleta de traços do passado e abriga uma forma de urbanização peculiar.

As casas foram construídas em cima de morros, que são chamados de Cerros pelos chilenos, em toda a sua extensão, até o cume, avista-se a área residencial e na parte plana do povoado se encontra a área comercial. O alto dos Cerros é habitado por pessoas humildes, que moram em casas simples. Ao descer a montanha é possível ver lares que foram dos colonizadores de Valparaíso, são construções maiores, com aspectos clássicos e de alto padrão. Devido à altura dos Cerros, elevadores são utilizados para facilitar a locomoção das pessoas, com o custo de 100 Pesos por trecho.

Dos 45 cerros que formam a cidade, o Cerro Alegre, além da sua fama por abrigar moradores boêmios e ótima gastronomia, tem seu nome de uma origem interessante. Há duas versões sobre o nome deste Cerro, a primeira delas é de que os marinheiros que chegavam ao Porto em seus barcos se encantavam com as chilenas que moravam na região, por terem lindas silhuetas e vestirem roupas alegres e coloridas, assim prestando o nome como homenagem. Já por outros olhares, acredita-se que a nomeação origina-se das casas coloridas que rodeavam o povoado.

Outras curiosidades do povoado são a densa população de intercambistas, principalmente alemães e franceses e uma famosa avenida chamada Argentina, conhecida por ter quilometragem suficiente para percorrer todos os Cerros.

O principal porto do Oceano Pacífico também faz parte das construções da cidade. Uma ótima dica é fazer o passeio de lancha para ter uma visão ampla da baia de Valparaíso e de quebra ter a companhia de amistosos lobos-marinhos nadando ao redor da lancha, descansando em boias ou até na hélice de grandes navios.

Visita realizada pelos estudantes no dia 27/06/2012.

Por Kelly Miyazato, Gabriella Alquezar e Barbara Gomes.

Fotos por Barbara Gomes.





terça-feira, 10 de julho de 2012

A PUC de Valparaíso e a UCV


Na sexta-feira, 29 de junho visitamos a PUC de Valparaíso, onde tivemos a oportunidade de conhecer as primeiras instalações para a formação técnica de alunos de jornalismo.


Onde tivemos contato com os equipamentos da faculdade, os métodos de gravação e como eles elaboram as aulas nos estúdios de gravação. A PUC de Valparaíso é a única faculdade que oferece curso de jornalismo no Chile, pois, não é um campo muito abrangente ou mesmo que possua muitos recursos. A universidade possuí seu próprio canal de TV, o UCV, e por ser uma instituição católica, suas informações são em sua maioria são de cunho religioso.



Ao visitarmos os estúdios da UCV, a estudante Letícia Escobar perguntou se a emissora por ser católica sofria censura em alguma matérias exibidas. Alterado ele respondeu que não sofrem censuras, mas, algumas notícias passam por um tratamento delicado, para que não seja contra os dogmas da igreja.

Segundo ele, o público da emissora são senhoras de 35 a 60 anos e senhores de mais de 60.

Terminamos a visita conhecendo um estúdio de gravação onde gravam uma quadro de comédia, em que um homem se trancafiou no porão de sua casa para sobreviver aos ataques da guerra entre os países pela mundo todo.

Lucas Portolani, Marjorie Pinheiro e Isaias (Caio) Rodrigues

Radio Valentin Letelier


Em mais um dia de estudos, visitamos a Universidad de Valparaíso, com o propósito de conhecer a Radio Valentin Letelier. A faculdade tem ampla estrutura para a comunicação e permite que os alunos atuem nas áreas de produção e locução, desde 16 de novembro de 1961, quando foi feita a primeira transmissão.



O rádio, que é um dos meios de comunicação mais antigos, nessa faculdade possui a missão de difundir a cultura chilena. No início, músicas clássicas dominavam a transmissão, que com o tempo e o contato com culturas estrangeiras, começou a adicionar outros estilos, tais como o Jazz.

Com uma programação bem diversificada, músicas e informações são veiculadas ao longo do dia.


Entre os programas que compõe a grade da rádio, Torre de Babel é o que mais nos chama a atenção. Alunos estrangeiros são convidados para compartilhar a história de seu país com o povo chileno. Além de contarem os motivos de terem escolhido ampliar seus conhecimentos no exterior, os estudantes de intercâmbio trazem músicas e outros elementos da cultura de seu país de origem.

Na oportunidade, conversamos com o jornalista e locutor René Cevasco, que comentou sobre as diferenças de uma rádio comercial para uma universitária e brevemente nos explicou seu trabalho diário.


No local, existem arquivadas todas as transmissões feitas até hoje. Milhares de fitas organizadas que contam a história da rádio. Em algumas delas, participações que marcaram época.


Além de tudo isso, a rádio dá apoio total a bandas chilenas que estão iniciando suas carreiras, permitindo que se apresentem e divulguem seu trabalho para os ouvintes.

Gostou? Basta clicar aqui para conhecer um pouco mais sobre a Radio Valentin Letelier ou aqui para ouvir a programação.


Por Paula Wrobel, Ananda Vasconcelos e Andreza Lenina

domingo, 8 de julho de 2012

O papel da comunicação nas campanhas políticas chilenas

Por Nívea Biazotto, Rômulo Pontes e Tatiany Leite

É através dos meios de comunicação de massa que os candidatos à eleição alcançam seus eleitores e divulgam suas intenções e propostas em campanhas, muitas vezes, milionárias. Mas, além da exposição nas épocas eleitorais, os nomeados devem seguir uma agenda programada de acordo com um determinado cenário esculpido pela sua assessoria de comunicação.

Para Karen Thajtemberg Diaz (foto), jornalista e docente da Universidad Adolfo Ibañez, localizada na cidade de Valparaíso, no Chile, o papel do jornalista para a construção dessa imagem política é essencial “O jornalista é o meio entre os fatos e o povo. Os meios são os novos representantes da população”, comenta. Chefe da assessoria de imprensa da campanha do senador chileno Ricardo Lagos Weber, Karen esclareceu, em palestra para estudantes brasileiros, as ações que um jornalista pode realizar e comentou como projetar uma boa assessoria de campanha.

Planejamento e visão ampla

Segundo Karen, uma das principais bases estruturais para fortalecer um candidato é usar a transparência. A primeira coisa do “Plano de Campanha” é responder algumas perguntas básicas: como queremos aparecer?; como trabalharemos o “framing”(imagem)?; como utilizaremos os meios para as publicações?; entre outras questões que definem de qual forma o candidato estará mais próximo dos seus eleitores por meio da comunicação de massa. Partindo dessas prerrogativas, o sucesso da campanha ainda dependerá dos fatos que podem envolver o político em questão e também das qualidades pessoais que podem ser ressaltadas diante desse planejamento.

Táticas jornalísticas como a “agenda setting” (programação prévia de divulgação para os meios de comunicação), projeção identificativa e as frases de efeito emocional, além do número de vezes que a imprensa em geral deve comentar sobre o político, também são recursos utilizados na montagem dos planos de campanha. Outro meio atual e assertivo de divulgação e marketing pré-eleitoral são as mídias sociais. A exposição do canditato via twitter, blogs e facebook podem atrair mais eleitores e ao mesmo tempo mensurar, ainda que superficialmente, o andamento da popularidade, podendo gerar mudanças no rumo da campanha de acordo com o “feedback” da população. No caso do Chile, esse recurso apresenta importância relevante, pois 80% da população tem acesso à internet.

“Cada ano a política se torna menos interessante para os eleitores, parecendo automática após os 18 anos. Mas, na realidade, não nos damos conta que fazemos política o tempo todo, mesmo quando criticamos algo, inclusive, o sistema”, comenta Karen, que diz que a ideia é aproximar o eleitor do eleitorado por meio das campanhas, para, pelo menos, aumentar o interesse da população pela política.

Outro papel fundamental da comunicação de massa nas campanhas do país é o equilíbrio entre o emocional e o racional dos eleitores durante o período de candidatura. A forma como a mídia pode retratar publicamente o candidato é capaz de mover as intenções de voto, uma vez que a campanha é divulgada com apelo para o sentimento ao invés do racional, e vice-versa, mudando o comportamento do eleitor frente às urnas.

Chile, um sistema democrático

O Chile adquiriu o sistema de república democrática já em 1980, e o presidente pode permanecer na função por quatro anos, sem direito à reeleição. Em 2010, Sebastián Piñera assumiu a presidência pela quinta eleição presidencial do Chile desde o fim da Era militar de Augusto Pinochet.



Diferentemente do Brasil, as campanhas eleitorais no Chile são financiadas, principalmente, pelos empresários e em alguns casos o Estado pode colaborar com o custo após a eleição dependendo do número de votos conquistados. O país sul-americano tem cerca de 17 milhões de habitantes, sendo 8 milhões votantes registrados na última eleição. O que resta saber é se, com o tempo, as pessoas passarão a entender e gostar mais de política, "Tudo que aprendi nessa área foi na prática. E somos nós, jornalistas, que vamos ser esse canal entre as pessoas e este conhecimento aprofundado. Porque, tudo que eles [público] sabem [na política] são as brigas ou os escândalos. Quem sabe, com os veículos de comunicação, nós não consigamos mastigar a informação de uma maneira tão exata que todos comecem a entender e querer saber cada dia mais?" comenta Karen.

Rômulo Pontes, Nívea  Biazotto, Karen Thajtemberg Diaz e Tatiany Leite.


Um brinde a despedida, mas com gostinho de quero mais

Chile, Sábado, 30 de junho de 2012.

Nossa visita acadêmica chega ao fim. Após a noite numa balada no Cassino Municipal de Viña Del Mar e com poucas horas de sono fomos ao nosso último passeio, conhecer a Vinícola Indomita (ou Casablanca) e não muito diferente dos outros lugares que visitamos era um lugar de vista incrível, logicamente o objetivo não era observar e apreciar os 600 hectares do Vale, mas sim aprendermos sobre a produção do vinho, desde a sua colheita até a degustação.
A vinícola tem cerca de 40 anos de existência, é considerada relativamente nova em comparação as outras do Chile. Ela foi criada com o objetivo de se diferenciar de outros produtores de vinhos do país. O grande número de hectares demonstra como ela se diferencia de seus “concorrentes”, pois para que haja a produção de vinho tinto são necessários mais ou menos 400 hectares, e já para vinho branco o número chega em torno de 200. Casablanca possuiu uma ótima localização, a 80 km de Santiago e 40 km de Valparaíso, sendo o principal porto de exportação do Chile. Mesmo sendo considerada jovem, ela exporta a maior parte de sua produção de vinhos, e é uma das poucas que se foca apenas na produção da bebida.
A visita começou pela observação do grande número de hectares, logo fomos levados para o centro de produção, este muito bem equipado, mostrando como é utilizada toda a tecnologia disponível. Vimos que a fabricação é mais complexa e mais longa do que pensávamos. Para o vinho ser produzido, ele segue alguns estágios: a vindima (também conhecida como a colheita), o esmagamento, a fermentação, a filtragem e por fim o envelhecimento.
Para se obter um vinho de qualidade, a uva tem grande influência, por isso a preparação do solo, a irrigação e o controle das pragas são essenciais. O tempo em que esta colheita ocorre também, se a colheita for tardia o vinho poderá ser rico em álcool, mas será pobre em acidez. Após a colheita, se dá inicio ao esmagamento. No passado este processo era feito com os pés, mas atualmente foi substituído por um equipamento que faz a mistura do suco, da casca e bagas. Na produção de vinhos tintos, esta mistura vai direto aos tanques, já na produção do vinho branco, os sólidos e os líquidos são separados. Dando continuidade, a próxima etapa é a fermentação, sendo esta a mais importante e também a mais complexa. Controla-se a temperatura, e a presença de determinados microrganismos para que seja feita a fermentação. A temperatura é controlada para os microrganismos não morrerem
(precisa estar em torno de 25 a 30° C), e o contato com o ar precisa ser evitado para que não ocorra a oxidação do vinho. É neste processo que se transforma a glicose (açúcar) do vinho em álcool.
Logo após a fermentação, ocorre a filtragem, quando o vinho é clarificado, e boa parte dos produtos perecíveis é extraído. Por fim, o vinho é colocado em barris, etapa considerada o envelhecimento, num determinado local com temperatura e umidade controladas. Para cada tipo de vinho o envelhecimento é diferente, assim os barris podem ser reutilizados até quatro vezes. Depois de  aprendermos sobre todos estes processos, tivemos a degustação. A melhor parte talvez, que não se resume apenas a servir o vinho em taças e beber, mas descobrimos que na verdade há um jeito certo para segura-lá e todo um processo para poder degustar o vinho. Uma balançada na taça para exalar o álcool, outra para o sabor da fruta e assim está pronto para a degustação.
Experimentamos três tipos de vinhos: o branco, um vinho tinto mais suave e outro mais seco. E depois da degustação, aqueles que se interessaram puderam adquirir o seu vinho numa loja localizada dentro da própria vinícola. O passeio termina, junto com a viagem. Temos que nos despedir de uma semana incrível, cheia de surpresas e aprendizados, o que resta é agradecer a todos que nos proporcionaram esses momentos bons, voltar para o Brasil cheio de histórias para contar e com alguns vinhos na mala.

Danny Sequia, Diogo Salvador e Eric Moraes





Visita à UFSM em Valparaíso


Chile, 28 de Junho de 2012. 

O dia começou com a expectativa da visita a mais uma Universidade de grande importância no Chile. Denominada Federico Santa Maria, e situada na cidade de Valparaíso, a faculdade tem o seu foco na área das Ciências Exatas, como Física, Matemática e Engenharia.
Durante o nosso percurso fica nítida a bela estrutura e ótima conservação em que se encontra o prédio construído há mais de 100 anos.  Suas instalações mostram a grande preocupação com a qualidade de ensino, pois além de materiais e equipamentos específicos para os cursos, a instituição disponibiliza também áreas esportivas para a utilização dos alunos e para a realização de campeonatos.


Tivemos a oportunidade de assistir uma palestra ministrada pelo professor Reinaldo Vallejos, onde o tema abordado era “O papel das comunicações no Chile”.  No inicio de seu discurso ele comenta sobre o livro de Marshall Mcluhan, “Aldeia Global”, que expressa a ideia sobre o mundo ser  uma espécie de aldeia onde as pessoas convivem no cotidiano e interagem independentemente do local onde estiverem inseridas.
Em um outro momento ele cita o livro “A Terceira Onda” de Alvin Toffler, onde diz que a humanidade estaria dividida em ondas e que o momento que estamos presenciando é o da terceira geração; do conhecimento e informação. E segundo ele, são esses dois fatores importantes que estão modificando a nossa sociedade e nos fazendo refletir como será a nossa profissão daqui a 20 anos .
“ Quando você escolheu ser jornalista a área de atuação era de um jeito, quando está estudando é de outra e daqui 10 anos ou 20 anos, você não sabe como será”. Segundo Vallejos, a inconstância é uma das companheiras dos periodistas – ou num bom português, dos jornalistas.
Alguns questionamentos foram levantados. “Como será o jornal daqui a alguns anos? Ou quem serão as pessoas que consumirão a informação? E de qual forma?” Com espaço aberto para debate com os alunos, alguns acreditavam que a internet se tornaria um meio de comunicação único, e que o jornal impresso seria extinto. Mas no fim das contas, tudo o que nós podemos concluir é que há muita informação e pouca gente informada, portanto sempre haverá espaço para estes dois meios e para quais outros surgirem.

                                                     por Daiana Fernandes, Gabriela Souza e Juliana Dantas.


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Do outro lado do continente

Ainda parece um pouco estranho abrir os olhos ao acordar e me deparar com o meu quarto no Brasil. Parece que tudo que aconteceu em Viña del Mar, Valparaíso, Farellones e Santiago, no Chile, foi um sonho. Todas as pessoas queridas que me rodeavam, passeios encantadores e paisagens que me deixavam petrificado e com vontade de ficar para sempre nesta terra cheia de belezas parece que não foi realidade.

Não acreditava que estaria indo ao Chile até ver ao fundo da janelinha do avião a Cordilheira dos Andes. Todos queriam um espacinho para poderem tirar uma foto sequer da imensidão de gelo que separa o país da Argentina. Malas descarregadas e pronto para pisar em um território cheio de surpresas. Me deparo com dois simpáticos monitores que atenciosamente me levam para a van e seguirmos para Viña del Mar. No caminho, percebo o quão patriotas os chilenos são. Bandeiras de todos os tamanhos estão expostas pelas ruas e à frente das casas. O clima frio só deixa a sensação de mais felicidade de estar em um país diferente.



As visitas técnicas às universidades Adolfo Ibáñez, Santa María e Pontifícia Universidad Católica de Valparaíso só me mostraram o quanto é forte o ensino superior no país e como a estrutura acadêmica é bem aproveitada pelos alunos. Tivemos a oportunidade de observar uma manifestação de estudantes pelas ruas de Viña del Mar. Eles reivindicavam educação gratuita e de qualidade de forma conjunta, mostrando que juntos são capazes de conquistarem seus direitos.



Com cardápios variados, as paradas de almoço em Viña e Valparaíso eram em lugares históricos e por vezes muito conhecidos por quem mora na região. Todo o grupo de futuros jornalistas integrados nas atividades e comprometidos com o aprendizado acadêmico proposto durante a programação.

O Hostel Los Delfines, onde ficamos hospedados, me trazia a sensação de estar em casa, tamanha recepção que os donos do local nos tratavam. Os quartos eram confortáveis, sem contar que tivemos a liberdade de fazer um churrasco para assistirmos uma partida de futebol no quintal do hostel.
Quem teve a oportunidade, foi visitar a neve. O grupo em que eu estava foi para Farellones. A neblina forte não ajudou na vista e a temperatura estava por volta de -4ºC.

Passeios de lancha, descida de rapel na Rocha Oceânica en Con Con e uma super balada dentro do Cassino Municipal de Viña del Mar nos revelaram surpresas. Leões Marinhos, alguns que superaram seus medos e a adrenalina em ficar suspenso sobre pedras gigantes e um destaque brasileiro na balada internacional... =P



Volto para o Brasil com o coração em pedaços por ter que deixar esta terra tão rica de preciosidades. Deserto ao norte, patagônia ao sul, a cordilheira a leste e aaaahhh... o Pacífico... Agradeço do fundo da minha alma aos que prepararam antes e durante esta viagem que está marcada e não será apagada por outros destinos turísticos que um dia visitaremos por este mundo que, por conta destas experiências, parece ser tão pequeno.

Tomei a iniciativa e mandei um e-mail para os donos do Hostel Los Delfines agradecendo em nome de todos a receptividade durante a nossa estadia:

"¡Hola! 
Todo el grupo de brasileños que se quedaron con usted durante la semana pasada, valora muy positivamente la hospitalidad y amabilidad que hemos recibido en el Hostel Los Delfines. Usted acaba de hacer la visita a Viña del Mar y Valparaíso, más especial e inolvidable. Lo siento por este español un poco mal, pero esta era la única forma de expresar gratitud por haber sido fundamental en este viaje. Esperamos volver pronto al albergue Chile en Hostel Los Delfines.

Gracias."

Rômulo Pontes

E responderam:

"Romulo: nos da mucha alegria que hayan llegado bien,y que bueno que se sintieran como en casa en nuestro hostal, ojala que vuelvan pronto a nuestro Chile los estaremos esperando con los brazos abiertos. Si pudieran hacer algun comentario en Tripadvisor.com del hostal se los agradeceria.

Un abrazo de sus amigos chilenos"

Os chilenos são pessoas muito receptivas e que gostam muito dos brasileiros. Muitas vezes relevavam nosso espanhol ruim e tentavam compreender o que queríamos dizer.

Quero compartilhar com vocês uma música que ouvi em uma das rádios de Santiago e que tomei por mim como uma trilha sonora desta viagem.

O melhor de tudo é saber que esta aventura não acaba por aqui. Nos vemos no próximo destino, em 2013.



We're standing in a light that won't fade,
Tomorrow's coming but this won't change,
Cause some days stay gold forever.
The memory of being here with you
Is one I'm gonna take my life through,
Cause some days stay gold forever.

Rômulo Pontes

terça-feira, 3 de julho de 2012

O começo dessa aventura chamada Chile





Sexta-feira, dia 22 de junho de 2012. Algumas horas antes de seguir rumo ao aeroporto, malas ainda desfeitas, dúvidas sobre o que levar e o que deixar para trás. Nessa escolha por passar alguns dias mais conhecendo Santiago, a capital chilena, a ansiedade se tornou minha companheira constante e o incerto passou a fazer parte da minha ‘nova’ rotina.
Voar, por si só já seria uma grande e inédita experiência. Por isso, para superar o medo tive ao meu lado um fiel escudeiro, que segurou a minha mão durante a decolagem e o pouso e que me acalmou durante as turbulências – aliás, obrigada Eric Moraes .. você tornou essa primeira “tarefa” muito mais fácil de ser cumprida. A tarefa seguinte: conhecer outro país, outra cultura, falar e entender outro idioma. Estes, foram os desafios iniciais propostos nessa missão acadêmica que se tornou, com o passar dos dias, um aprendizado pessoal, único e indescritível.
Poderia me estender, usar milhares de caracteres definindo essa experiência do novo, mas nada seria capaz de expressar o turbilhão de sensações e pensamentos que passaram pela minha cabeça desde que o avião enfim ultrapassou as fronteiras brasileiras.
Já em nosso destino inicial, Santiago, optamos por esperar a chegada de um amigo que também se encaminhava para esta rica experiência. Assim o aeroporto, ao menos por algumas horas, se tornou nosso “novo mundo”. Desconhecido, diferente, acolhedor e foi ali onde descobri que os brasileiros são muito queridos nesta terra e que assim como nós, os chilenos também não são grandes fãs dos hermanos argentinos, isso nos rendeu bastante assunto e muitas risadas.
Após tanta espera, chegava o momento de desbravar esse desconhecido tão aguardado. Felizmente, para isso nos deparamos com um taxista extremamente simpático que já havia morado no Brasil e que tentava se virar num espanhol abrasileirado um tanto quanto enrolado. Este senhor de meia idade e nosso primeiro contato, mostrou um Chile verdadeiro, com as suas imperfeições e diferenças que nos encantou do início ao fim dessa viagem.
Nos hospedamos em um hostel muito acolhedor, tivemos contato com nativos e com outros turistas, encontramos muitos brasileiros, superamos as dificuldades com a língua e sim, conseguimos nos virar muito bem arranhando um portunhol no mínimo engraçado.
Eu, particularmente, realizei meu sonho de infância. Vi, brinquei, senti e me emocionei com a beleza da neve. Conheci um lugar que vai ficar guardado para sempre nas minhas mais belas memórias, o Valle Nevado. Uma estação de esqui - localizada no coração dos Andes, onde tudo parece pequeno perto daquela vastidão de um branco tão puro. Entendi que o povo chileno é abençoado por conviver com paisagens admiráveis e que por muitas vezes nós também deixamos de observar tantas coisas boas e belas que acontecem ao nosso redor, pelo simples fato de apenas olharmos e não enxergarmos.
Visitamos outros lugares que merecem um lugar de destaque nesta narrativa, mas acho que cada um tem a sua própria versão dos fatos e você que está lendo deve com toda a certeza ter a chance de contar essa história vista por seus próprios olhos.
Agora, três dias depois de chegar nesta terra tão receptiva, é hora de encontrar com o grupo de estudantes e professores, os outros “desconhecidos” que se tornarão personagens das próximas histórias que eu terei para contar. Novos capítulos para escrever, onde a ansiedade e a curiosidade pelo novo voltam a fazer parte dos meus sentimentos mais constantes – se é que algum dia eles deixaram de existir.

Gabriela Souza